terça-feira, dezembro 19

O sindroma da árvore




Na província, no tempo da minha infância, o Pai Natal era quase um desconhecido e as árvores, ao contrário dos presépios, também não se usavam muito.

Assim como a Igreja sobrepôs o Natal às remotas motivações das festas de inverno, a evolução social e económica e, em particular, o sucesso do capitalismo, erodiu os símbolos cristãos e transformou a quadra num apogeu de negócio e consumismo. É provável que muita gente desconheça até o significado da palavra natal. Os símbolos hoje omnipresentes são quase sempre desprovidos de conteúdo religioso.

Em alguns países europeus tem havido preocupação de escolas e de comerciantes em não ferir a sensibilidade de outras religiões (dizem, pudicamente, no plural) assistindo-se, assim, ao cancelamento de autos de natal, à desaparição de tudo o que tinha a ver com o presépio nas iluminações de natal das cidades, e até à tentativa de banir o perú das refeições da época...

A indiferença das populações ocidentais à religião é um dado adquirido que não é de agora. Os cuidados com as outras religiões é que constituem uma faceta doentia e recente da nossa falta de cultura e reflexão, chegando-se ao ponto de proibir a árvore. No Reino Unido há também reservas, por outras razões, ao contacto de crianças com o Pai Natal...

Se o mal entendido sobre os símbolos alastra, preparemo-nos para a proibição do descanso ao domingo ou das compras em dezembro.

Espero que não nos integremos na Europa que aí vem. Não me agrada a ideia de comer bacalhau e azevias na clandestinidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

A arvore e bela, mas exageradamente visitada e logo nos fim de semanas.... When you fall in love...with L..........A........hehehe